Não vou esquecer.
As cadeiras de plástico, as raparigas, os homens, os príncipes, as gravatas e as nódoas que gritam. Os lenços e as perucas e as mulheres e as plantas e as revistas e os olhos que gritam. E nós gritamos em silêncio, basta! Calem-se! Defendemo-nos na arrogância porque não, não entendemos, nós não fazemos parte daquelas cadeiras de plástico, raparigas, homens, príncipes, gravatas, nódoas, lenços e perucas e mulheres e plantas e revistas e olhos que gritam. Só pode ser engano: nem nós, nem aqueles que nos são próximos fazem parte daquelas cadeiras de plástico e raparigas e homens e príncipes e gravatas e nódoas e lenços e perucas e mulheres e plantas e revistas e olhos que gritam. Até que damos conta que aquelas cadeiras de plástico ali estão... sentamo-nos, pegamos numa revista e aguardamos. Num silêncio que nos grita.