Não vou esquecer.

As cadeiras de plástico, as raparigas, os homens, os príncipes, as gravatas e as nódoas que gritam.
Os lenços e as perucas e as mulheres e as plantas e as revistas e os olhos que gritam.
E nós gritamos em silêncio, basta!
Calem-se!
Defendemo-nos na arrogância porque não, não entendemos, nós não fazemos parte daquelas cadeiras de plástico, raparigas, homens, príncipes, gravatas, nódoas, lenços e perucas e mulheres e plantas e revistas e olhos que gritam.
Só pode ser engano: nem nós, nem aqueles que nos são próximos fazem parte daquelas cadeiras de plástico e raparigas e homens e príncipes e gravatas e nódoas e lenços e perucas e mulheres e plantas e revistas e olhos que gritam.


Até que damos conta que aquelas cadeiras de plástico ali estão... sentamo-nos, pegamos numa revista e aguardamos. Num silêncio que nos grita.


 

Comentários

  1. Há coisas que não se consegue esquecer, mesmo que fique bem guardado lá no fundinho, quando algo faz despoletar, vem tudo ao de cima.

    ;)

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  2. Jamais se esquecem esses gritos.
    Só o tempo e a memória é que apaziguam essa voz silenciosa.
    Porque podemos não esquecer mas podemos não lembrar.

    Beijocas :)

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  3. Obrigada... sinto me tao assim... e alguem sente como eu...magnifico...
    Vou ter que partilhar...
    Partilhar ate que as pessoas percebam...o quanto somos ignorantes.
    Beijos doces no teu coracao

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